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CRISE INFINITA #07
A Sociedade invade Metrópolis e o Superboy Prime tenta sua última tacada para ter sua casa de volta. Tensão, mortes e um palhaço que não gostou de ser deixado de fora da brincadeira.A última edição da Crise resume-se quase toda em ação. Não que seja algo ruim, pois temos duas grandes batalhas épicas bem desenvolvidas, com momentos realmente empolgantes. Não há apenas violência gratuita, com Geoff Johns se redimindo pelos exageros da edição passada.O ataque dos vilões a Metrópolis é emblemático: se a cidade do maior herói da terra cair, nada poderia detê-los. Com Batman, Superman, Mulher-Maravilha, os Lanternas e outros ocupados no Ártico, resta a todos os outros heróis deterem esta última investida, o que gera momentos de desespero, como o Arqueiro Verde sendo forçado a enfrentar ninguém menos que o monstruoso Apocalypse. É visível, ainda, o desejo da DC em limpar seus quadros de personagens inutilizáveis (não só inutilizados), o que é muito bom. Chega de coadjuvantes que só fazem encher páginas.Nesta batalha também se nota, entretanto, as inúmeras falhas de publicação da DC no Brasil, pela Panini Comics. Com a opção de atrasar Sete Soldados da Vitória, simplesmente não se reconhece personagens como a Mulher-Bala, ou tem-se pouca familiaridade com eles. Da mesma forma, Kate Spencer, a Manhunter, que, francamente, é uma das melhores revistas que saiu pela DC americana, e nem teve promessa de publicação em terras tupiniquins.A batalha só aumenta com a chegada de Alex e os outros ausentes. É neste ponto em que a trama volta a se dividir. Enquanto Luthor, com poderes reduzidos, faz parte do fim da batalha da Sociedade, Superboy Prime leva parte dos heróis ao espaço, onde a Tropa dos Lanternas Verdes o espera. Nestes dois momentos, Geoff confirma o que este resenhista havia afirmado sobre ele. Pouco importa se o Superboy parece ser o ser mais poderoso do universo ou se Alex seria capaz de matar Batman ou algum de seus protegidos. Ver os dois em suas mais reais facetas, o primeiro desesperado, tentando ostentar o símbolo de herói a qualquer custo, e o outro amedrontado sob a mira de uma arma são ótimos momentos.E mesmo com este sem número de personagens e a grande quantidade de eventos que se desenrolam, muitos conseguem ter seus momentos. O Exterminador é focado como o oposto ideológico do Batman, ao não assumir suas responsabilidades e o Caçador de Marte é o autor de um dos momentos mais poéticos da história.O final também corresponde às expectativas, com um brilhante epílogo, que é o grande responsável por um salto imenso de qualidade na série. Se ela fosse apenas uma história fechada, o ápice de anos de planejamento, na tentativa de fazer uma homenagem à inigualável Crise nas Infinitas Terras, teria falhado miseravelmente, pois não teve nem metade do brilho da série original. Mas, como se apresenta a seu final, como apenas mais um capítulo desta virada que a DC está promovendo, prometendo muitas emoções ainda pela frente, ela cumpre bem seu papel.Em primeiro Lugar, serviu de uma crítica aos erros não só do mercado, como também da própria DC. Algo raro de qualquer indústria, especialmente de entretenimento, fazer, ao passo que elas preferem jogar toda a sujeira para debaixo do tapete. Me lembrou muito a vinheta da MTV onde Caetano Veloso esculhamba a emissora por ela ter feito um porco trabalho em uma apresentação sua. Em segundo lugar, serviu para revitalizar seus personagens principais, algo que será concretizado em suas histórias após o pulo de um ano. Superman agora está revigorado, e podemos respeitá-lo como o maior herói da editora, algo que durante anos pareceu forçado. A Mulher-Maravilha teve continuado o grande trabalho de Greg Rucka, tendo finalmente sua personalidade dúbia (entre a paz e a guerra) bem marcada, fazendo-a um personagem muito mais interessante. E ainda temos o Batman, com a promessa de que voltará a suas origens de herói seguro de si.E ainda temos um grande destaque dado aos coadjuvantes. Se antes a maior diferença entre Marvel e DC comics era de que a primeira cultivava um quadro impressionante de personagens de apoio, a outra concentrava-se em uns poucos, desde Crise de Identidade, cada vez mais os ilustres desconhecidos da DC vêm se apresentado ao grande público, mostrando que são ricos e podem render muito se bem trabalhados. A maxi-série 52, continuação desta Crise, deve continuar com esta linha.Por fim, os desenhos. Ivan Reis e George Pérez estão simplesmente perfeitos. Embora muitos elogios devam ser dados ao brasileiro, é impossível não reconhecer que o melhor artista aqui é o veterano Pérez. Há muito que não o via em tão plena forma. O seu quadro final, onde praticamente todo o Universo DC é retratado é de fazer cair o queixo. Até agora estou extasiado. Ordway, mesmo não creditado, desenha duas páginas, com o desfecho do Coringa, muito boas, por sinal. Já Jimenez foi a grande decepção da série. Uma grande promessa, de ser o sucessor de Pérez, foi responsável por bons desenhos nos primeiros números, mas esta edição sua foi pífia. Graças a ele, momentos que poderiam ser antológicos perdem muito de sua força.Erro feio da editora americana, que deveria ter percebido desde cedo que o artista não cumpriria seus prazos. O mesmo ocorreu com Guerra Civil, pela Marvel, mas esta decidiu agüentar atrasos da publicação para manter a qualidade da arte. Da mesma forma, a editora brasileira (Panini) também deu uma grande derrapada, com uma distribuição completamente irregular, que prejudica inúmeros leitores que não fazem parte do eixo Rio-São Paulo.As capas de Lee e Pérez estão muito boas, mas quando olhamos pra capa da primeira edição de 52 temos aquela pontinha de subestimação. A culpa não é dos dois, mas do fantástico J. G. Jones.Melhor Frase: “Você cometeu muitos erros. Subestimou Superman, Superboy, eu. Mas o maior? Você não deixou o Coringa brincar”.Lex Luthor, fechando com chave de ouro sua irrisória participação, junto ao Coringa. Pudera os dois terem atuado assim toda a história.