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CRISE INFINITA #03
A submersa San Diego é atacada pela Sociedade, Espectro destrói Atlântida, A Mulher-Maravilha toma uma medida radical para salvar a Ilha Paraíso, Flash entra em ação, Superman da Terra Paralela procura o Batman e duas grandes traições acontecem.Johns domina a narrativa, e isso é inegável. Ele tem um bom controle de como a trama deve se desenvolver, intercalando fortes cenas de violência, como Aquaman liderando uma tropa de heróis submarinos em uma guerra para defender San Diego, com cenas tocantes e íntimas, como o Flash abandonando a esposa e seus filhos recém-nascidos para deter alguns tornados no Kansas, lembrando muito o Homem-Animal se despedindo de sua família antes de partir para o espaço. Desde Crise de Identidade parece ser uma diretriz na DC mostrar que os heróis, além de terem que se preocupar com o mundo, tem pessoas em casa esperando por eles, e atingidas diretamente por seus atos.Grande parte da revista é formada por rápidas passagens, que são melhor desenvolvidas nos tie-ins espalhados pelas revistas mensais e pelos especiais relacionados à Crise. Esse é um dos grandes problemas que essas mega-sagas da DC e da Marvel trazem. Porém, diferente de Dinastia M, da “Não tão distinta concorrência”, alguns tie-ins da Crise complementam a história, e não são meros caça-níqueis. Além disto, a revista principal é plenamente entendível lendo-se apenas ela e uma ou duas revistas auxiliares.Sobre revistas auxiliares, como a Panini simplesmente não publicou a fase recente do Aquaman, onde ele tornou-se o portador de águas místicas e San Diego foi submersa, com sua população sendo transformada em similares aos atlantes e a Atlântida voltando a ser uma expoente da magia, fica meio difícil compreender as primeiras páginas desta edição. Bola fora, junto com a ausência aqui no Brasil da Caçadora e do Nuclear. Essas três séries são de uma ótima qualidade, mas a Panini optou pela publicação de outras como... Supergirl, apenas por serem “comerciais”.A trama principal desta edição se concentra em três frentes: Em um primeiro lugar, Batman, após mais uma infrutífera discussão com o Irmão Olho, tem um colapso nervoso, finalmente sucumbindo aos seus erros. Muitos irão reclamar que o vigilante seria frio o bastante para não ter uma reação tão descontrolada, mas é preciso lembrar que o morcego sempre esteve bem no limite entre a sanidade e a loucura e ele vem de uma sucessão de erros, como os Jogos de Guerra e o Projeto O.M.A.C. É nesta situação que o Superman da Terra Paralela (ou T-2) aparece e o convida para restaurar sua terra esquecida, onde, segundo o herói, a vida era bem melhor que a nesta terra, que, junto com seus habitantes, seria uma versão corrompida da idílica Terra Paralela.Batman contra-argumenta perguntando se o Dick Grayson de sua terra também é assim, e o Superman nega. No final das contas, ter transformado Dick em Robin e o treinado durante toda sua vida foi o grande acerto do Cavaleiro das Trevas. Hoje, como Asa Noturna, o jovem herói é um dos mais corajosos e virtuosos do universo DC.Enquanto isso, as Amazonas encontram-se na mais feroz batalha de suas vidas. Não é só sua ilha que está sendo tomada pelos O.M.A.C.s, mas a filosofia de paz que espalharam pelo mundo através da Mulher-Maravilha também estava sendo destroçada. A decisão da princesa, em pedir que as deusas, que estavam fugindo deste universo, levassem sua ilha, foi desesperada. Ela conseguiu proteger suas irmãs, mas ficou só para enfrentar não só seus atacantes, mas um mundo que a teme e odeia por seus últimos atos, incluindo até seus antigos aliados. Fica ainda a pergunta, que me faço desde o retorno de Donna Troy: o que de tão perigoso estaria prestes a atingir esse universo para eu os antigos titãs e os deuses simplesmente o abandonassem?Por fim, o verdadeiro Lex Luthor descobre a incrível verdade sobre o falso Luthor. Johns aproveita para explicar o porquê de Lex agir tão estupidamente nos últimos meses (quem não se lembra da palhaçada feita por Loeb com o careca no primeiro arco de Superman & Batman, publicado ainda na revista Superman?) e para revelar os verdadeiros vilões da Crise. Muitos irão reclamar, especialmente os fãs mais xiitas. Eu mesmo cheguei a achar que era uma inconsistência muito grande. Mas a revista Superman #52 traz uma história que explica a motivação destes vilões. E chega a convencer.George Pérez continua ótimo, com Ordway chegando a melhorar. Curiosamente, a Panini continua a lhe creditar na capa, mas nem o mencionar nos créditos da história. Aliás, retiro um elogio que fiz à Panini na última edição: enquanto a editora acertou muito em colocar aqueles lindos teasers da DC, agora continua errando, e feio, em aproveitar a popularidade desta saga e entojá-la de anúncios da Top Cow. Além do excesso deles, cinco páginas, eles são horríveis.Como Pérez aqui desenhou apenas uma página, sem contexto nenhum, e os desenhos de Jimenez estiveram péssimos na edição passada (além do grande número de arte-finalistas) só podemos pensar em uma coisa: ele não está conseguindo dar conta de seus prazos. Nesta edição ele até está melhor, deixando as mulheres menos musculosas, e podemos ver claramente que ele não só se inspira nos desenhos do grande Pérez, como simplesmente os copia em muitas vezes. Pontos positivos (não só de reclamar do cara nós vivemos, não é?) para seu Superman, quando tenta salvar um prédio. Simplesmente icônico.